Desafio Norte Sul – Do Oiapoque ao Chuí: uma aventura pelo Brasil unindo os dois extremos.
” É desafiador descrever em tão pouco espaço as emoções vividas por mim nessa expedição diante de um País de tantas crenças, folclores, diversas culinárias, climas e sotaques. Acredito que essa viagem foi a descoberta de vários “Brasis” dentro de um só Brasil”.
Motivado pela paixão e pela emoção, no ano de 2005 realizei um grande sonho: unir o Oiapoque ao Chuí. Parecia impossível mas, em uma motocicleta de 125 (outro grande desafio) simbolicamente consegui essa conquista de unir os dois extremos do Brasil.
O que mais causou surpresa nas pessoas nessa época foi o fato da moto escolhida ter sido a de 125 cilindradas. Eu queria fosse uma máquina 100% nacional para carregar de forma simbólica o Brasil e o seu povo por tantos quilômetros. Daí a escolha da Sundown Max 125 cc.
O Desafio Sundown Norte/Sul do Oiapoque ao Chuí, iniciou no dia 17 de janeiro e só terminou no dia seis de março de 2005. A equipe de reportagem formada pela jornalista Kérsia Porto (in memoriam) e pelo cinegrafista Carlos Marlon registrou a viagem, que foi exibida semanalmente no programa Moto notícias apresentado por mim na época.
Isso fez com que as pessoas das cidades por onde eu passava ao longo do trajeto estivessem esperando, pois elas acompanhavam todo o roteiro em tempo real pelo programa, já que a TV Diário tem abrangência em todo o país.
Para essa expedição, a motocicleta não teve preparação especial para enfrentar o desafio. Apenas recebeu protetor de mão e “mata cachorro” para proteger a moto e para que eu pudesse relaxar as pernas. O consumo de combustível ficou em torno de R$ 850,00 na época e fazia uma média de 30 quilômetros por litro. Isso em um ritmo muito acelerado, de 100 a 110 km/h, forçando a máquina para levá-la ao limite, a 8 mil rpm. Ela desempenhou muito bem o seu papel para que eu pudesse concluir com êxito essa missão em uma média de 550km por dia de pilotagem.
Difícil é descrever em tão pouco espaço as emoções vividas por mim nessa expedição diante de um país de tantas crenças, folclores, culinárias diversas, climas e sotaques. Acredito ter sido a descoberta de vários “Brasis” dentro de um Brasil. No Norte, entre tantas peculiaridades, a magia da selva, do Rio Amazonas e das pessoas que vivem em torno dele. Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul com suas características próprias que encantam.
Índios, ucranianos, alemães, descendentes de imigrantes do mundo todo encontrados ao longo do percurso, verdadeiros exemplos de que é possível viver em harmonia mesmo com tantas diferenças e dificuldades. Tudo marcado principalmente pela receptividade e pelo contato com pessoas que se apresentavam ao longo do caminho.
Para simbolizar a realização, eu saí do Oiapoque levando um pouquinho da areia do extremo norte para misturar ao chão do extremo sul. Era como se os Brasileiros e suas mais diversas culturas e costumes encontradas ao longo dos 10.290 kms percorridos tivessem se encontrado em um único lugar.
E, para finalizar, relembro que temos sempre que acreditar nos nossos sonhos pois o homem é o reflexo deles. Viver na plenitude do verbo viver. Realizar algo que vai te completar como ser humano.
Para alcançar um destino escolhido com êxito, acredito que tudo deve ser planejado com responsabilidade. A pessoa deve escolher uma máquina que lhe dê segurança, deve conhecer o seu limite e estar preparado fisico e psicologicamente. Por fim, Precisamos ter a certeza de que realmente queremos passar por isso, pois é uma experiência de grande crescimento, assim como foi, para mim, essa incrivel viagem pelo meu Brasil.
As duas areias, do Oiapoque e do Chuí, unidas em uma garrafa PET para simbolizar a largada e a chegada e a junção dos dois extremos em uma Motocicleta. Guardo comigo até hoje como uma lembrança especial desta viagem e de que podemos alcançar grandes coisas com ousadia e determinação.
Clicando no botão abaixo, você vai viajar comigo em uma longa aventura de Fortaleza até a Antártica pilotando uma Traxx 125 cc.